“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz como são violentas as margens que o reprimem”. – Bertoltb Brecht
Cada vez mais nos deparamos com a onda de criminalidade praticada por homens e mulheres, nunca as presídios estiveram tão lotados com o alto índice de estatísticas de pessoas que cometeram um contravenção penal, seja um homicídio, tráfico de drogas, assaltos seguidos de morte, enfim a vida do ser humano tem se torna insignificante.
Infelizmente, nos deparamos com os bastidores da mídia que relata o sentimento de frieza diante das ações perversas do ser humano, com isto nos vem o desconforto, o medo, o temor e ao mesmo tempo um despertar de um sentimento de “ódio”, de “incapacidade”, de impotência e que a sociedade se sentir refém diante da marginalidade que impera hoje entre jovens, adultos, homens e mulher.
A droga tem sido o carro chefe diante de muitos crimes cometidos na nossa sociedade. A Policia Federal, Civil e a Policia Militar, todos juntos tem se articulado na luta contra o narcotráfico, o tráfico de droga. Este tem sido um campo complexo de estudo e análise das autoridades, pois não tenhamos dúvidas de que aquele que compra a droga também financia o crime, com isto traz o terror as comunidade e não deixa com que a paz prolifere. A origem da violência urbana nas grandes cidades tem sido por conta desta comercialização ilícita de drogas e de sua diversidade.
Diariamente diante dos veículos de comunicação como: televisão, rádio, jornais impressos e redes sociais um rosado de crimes que acontecem diariamente nas grandes cidades como também nos interiores dos estados onde paira sobre nós o reflexo da insegurança, da angústia e incapacidade de não podermos fazer muito diante dos fatos que nos são apresentados cotidianamente. O cidadão vive hoje diante de um quadro alarmante de pânico, de pavor social, o medo.
O número de práticas de delitos apresentados a título de estatísticas tem cada vez mais surpreendido a população brasileira. Estes dados fazem parte de todas as classes sociais, infelizmente todos nós estamos reféns desta onda de crimes (homicídio (Art. 121 do CP) , estupro (Art. 213 do CP), tráfico de pessoas , roubo (Art. 157 do CP) , furto (Art.155 do CP) , drogas (Lei 11.343/06) etc.
Faz-se necessário que nós na condição de cidadãos, que elegemos os nossos representantes, que cumprimos a obrigação do voto, que pagamos os nossos tributos, impostos cada vez mais altos, os nossos deveres sociais, que fazemos valer aquilo que diz a nossa Carta Magna, devemos todos reunidos em uma só voz de alguma forma buscar uma solução para tamanho transtorno vivenciado na nossa sociedade, que é a insegurança de ir e vir. Portanto, faz-se necessário que todos juntos com os órgãos competentes da Segurança Pública, das Ações Sociais, das ONGs, dos políticos, dos membros religiosos, dos educadores, dos jornalistas, dos policiais, delegados, magistrados, autoridades competentes possam em união estar diante desta busca de alternativa de tentar de alguma forma arquitetar e planejar soluções sobre as possíveis maneiras de como amenizar a violência que nos deparamos cotidianamente.
Claro que esta busca de soluções para resolver o alto índice de criminalidade que nós estamos vivenciando não se trata de nenhuma utopia, mas algo possível de tentarmos de alguma forma amenizar o caos social que estamos vivenciando.
Como bem cita o Papa João Paulo II 1920 – 2005) “A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano ”. A CF/88 relata com relevância social em seu Art. 1º , III – a dignidade da pessoa humana, a valoração do ser, do ser humano, da sua dignidade. Dignidade esta que não pode ser violada, tem que ser respeitada por todos. O filósofo existencialista Jean-Paul Sartre ( 1905 1980) diz que o ser humano é um ser fadado a liberdade, é um ser condenado a ser livre, para este pensador o homem é responsável por aquilo que ele mesmo se constitui.
Estamos portanto falando de um ser de livre arbítrio, que tem a capacidade de fazer as suas próprias escolhas, estamos constantemente opinando, decidindo. Portanto faz-se necessário retomarmos sobre a grande questão da violência urbana que tanto preocupa a nossa sociedade, às nossas gerações, aos jovens vítimas deste cenário perverso, criminoso, cruel e porque não dizer bárbaro. Estaríamos nós voltando a barbárie? O que fazer diante de tamanha violência que assola de forma arrepiante o nosso pais?
Chega de impunidade, de violência, temos que dar um basta a corrupção política do nosso pais, daqueles a priori deveriam verdadeiramente nos representar. Sejam senadores, deputados, vereadores, prefeitos, governadores, presidente da república, chega desta corrupção desenfreada, desta lavagem de dinheiro, do desvio de verbas, dos enriquecimentos ilícitos, dos empresários, chega de tanta roubalheira, nós como cidadãos não suportamos mais esta violência que assistimos todos os dias e ficamos de mãos atadas.
Tudo isto faz parte do cenário e do reflexo da violência urbana que nós estamos sofrendo, tudo isto faz parte desta má distribuição de renda, da falta de estudos de muitos que estão fora da escola, do alto índice de analfabetismo, da ignorância política, do nosso silencio, da nossa omissão.
A falta de respeito às autoridades, o destemor dos marginais tem causado insegurança ao cidadão. As pessoas estão vivenciado uma série de crimes e assassinatos, assaltos, estupros e demais tipos de violência o que leva o cidadão a vivenciar o que chamamos hoje de pânico social. Estamos temendo a tudo e a todos. Não conseguimos mais confiar nas pessoas, somos reféns desta cultura da marginalidade que parece cada vez mais crescer e refletir no algo grau de estatísticas da máfia do crime, da corrupção, da insegurança social, do temor do simples ato do cidadão ir e vir.
Não podemos mais estar presos nos nossos próprios lares, onde ouvimos do homem simples: “Enquanto o cidadão está preso por traz das grades da sua própria casa, o marginal está solto, transitando e lançando diante da população o medo”. A humanidade evolui, como todos nós sabemos, a transição do homem rural para as grandes cidades foi expressiva. Desde as décadas passadas no processo natural de evolução e de necessidade do cidadão de trabalhar e buscar o seu sustento para nutrir o alimento básicas dos seus familiares até hoje tivemos uma mudança significativa da transição do homem do campo para as grandes cidades, claro que esta passagem se deu exatamente por uma grande situação inevitável, pela miséria constituída, pela fome, pela falta de trabalho.
Mas como todos nós sabemos toda mudança tem o seu preço. As cidades não estavam preparadas para receber tantas pessoas que se encontravam em posição desconfortável, de desemprego, dai a transferência destes cidadãos para as áreas da periferia pois a cidade não comportava tantas pessoas desempregadas, desassistidas, o Estado não tinha como abrigar todos diante da cidade.
Dentro deste descompasso pela falta de educação, de formação educacional, de qualificação para o trabalho, pela ausência da atividade de labor, jovens são envolvido no tráfico de drogas, na violência do narcotráfico, de um caminho perigoso.
Os homens, de baixa escolaridade, sem expectativas do que fazer, sem sonho e anseios para conquistar o seus sonhos por seus próprio esforços e dedicação são os que mais se envolvem inicialmente nesta prática da criminalidade, do mundo das drogas, pessoas de pouca condição econômica, infelizmente são seduzidas para um mundo cruel.
Infelizmente as crianças, adolescentes e jovens muitos deles pobres e até mesmo miseráveis, afrodescendentes na sua grande maioria, são os que estão no maior grau de vulnerabilidade diante do crime, ou como vítima ou como ator.
Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho, graduado em Direito, pós-graduado em Gestão Escolar, graduado em Filosofia, radialista de AM e FM e escritor.
Autor de onze livros nas áreas de autoajuda, filosofia, sociologia, Direito e educação.