Quando você se dispõe a partir em busca dos seus sonhos e empreender pelo seu próprio negócio, este dificilmente é um caminho com volta. E isso é bom.
As razões para iniciar um negócio são muitas. Desemprego, a busca por uma oportunidade em um mercado novo, a inquietude de quem não deseja ser coadjuvante na própria vida e até uma desilusão amorosa.
Quando você se coloca no papel do empresário, ainda falta um pouco para ser empreendedor de fato. Não por ser o início de uma escala evolutiva de títulos, mas porque o empreendedor carrega uma essência única. Uma vontade ígnea de fazer diferente e fazer melhor. O empresário é o título profissional que o dono de uma empresa ou parte de uma empresa carrega informalmente. Já o empreendedor, tem mais a ver com mentalidade, ou mindset.
A partir do momento que você inicia seu projeto, sempre haverá os fatores medo e insegurança. “Será que vai dar certo?” “Eu consigo mesmo fazer isso?” “Será que eu consigo viver assim, trabalhando tanto?”
Como se a sua insegurança não fosse o bastante, as pessoas ao seu redor também não deixarão mais fácil:
“Mas isso aí dá dinheiro?” “Nossa, mas tem um monte de gente fazendo isso.” “Vai abrir concurso público mês que vem. Por que você não presta?” “Mas é tão difícil fechar empresa no Brasil…”
Nessa hora de incerteza e uma nuvem negra que se aglomera sobre sua cabecinha com dúvidas, é o momento de assumir as rédeas.
Ninguém pode prever o futuro com perfeição. Ninguém vai trabalhar por você. Ninguém tem pena de você. Então por que deixar as pessoas desmotivarem você?
Quando o explorador espanhol Hernán Cortés chegou ao território asteca em 1518, ele tinha a missão de abrir caminho e estabelecer uma base para a colonização. Além de seus sonhos e suas ordens, ele trazia consigo uma tripulação horrorizada com a fama dos nativos, castigada pela longa viagem e disposta a fazer um motim para regressar à Espanha a qualquer instante. Sentindo que ele poderia perder o controle, deu a ordem para que os navios fossem todos queimados.
Não haveria volta. A missão dada seria cumprida e os exploradores venceriam os nativos ou morreriam longe de casa.
Apesar de uma decisão extrema, ela deu certo porque os exploradores deixaram sua rixa e medo para lutar com muito mais afinco, já que não poderiam se dar ao luxo de um plano B. Era lutar ou morrer. E eles lutaram e venceram. E o que o pequeno grupo de Cortés iniciou culminou na derrocada completa dos astecas.
Vejo empreendedores e novos empresários que procuram carregar múltiplas funções e uma carreira ao mesmo tempo em que começam um negócio. É uma tática que faz sentido para negócios com mais cara de freelancing do que empresas sólidas.
Na prática, adotando esse caminho você vai trabalhar dobrado até perceber que sua empresa precisará de mais tempo e recursos para ter resultados de verdade. Você então vai parar seus negócios e continuar na mesma vida que odeia porque não consegue fazer as duas coisas.
Meu conselho é prepare-se o máximo que puder antes de começar seu projeto. Se tiver uma carreira em andamento, junte o máximo de dinheiro e aprendizado que puder para o Inverno que virá. Arme-se com todo tipo de informações antes de girar a chave. Converse com empresários, tenha seus consultores, frequente eventos, conheça pessoas que vivem essa vida, tenha um coach e um mentor para guiar você nesse caminho inicial, mas quando chegar a hora, queime todos os navios e pontes. Rasgue seu Plano B.
Quando você começa colocando um pé em cada barco, não vai se mante rem pé de verdade em nenhum deles, por falta de tempo principalmente. E você vai priorizar o que traz a sua renda atual, ao invés de priorizar sua renda perpétua. Esta não é uma qualidade só sua, é um fator humano, de autopreservação. O problema é que ela não ajuda na construção do seu empreendimento.
Não deixe pontas soltas. Desligue-se do seu antigo emprego e viva para seu negócio, com seriedade e muito empenho.
Deixem que os outros resmunguem e falem, mas tenha dentro de si a certeza do que você quer alcançar e o que deseja fazer da sua ideia.
Queime os navios hoje para conquistar o seu império amanhã.
Sucesso e Soberania, Sempre.
Rafael Honorato é empreendedor, consultor de negócios e líder de comunidades. Fundador da Lidero, startup de desenvolvimento profissional e também criador do Arena Empreendedora e da Geração Empreende.
Produz conteúdo sobre competências humanas, desenvolvimento profissional e empreendedorismo consciente através de artigos em diversos portais, vídeos no youtube e podcasts, como o Geração Empreende Podcast.
