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O poder e o mito de ser Rei

Não poderíamos deixar de falar sobre poder sem antes lançarmos uma rápida explanação sobre a sua etimologia. Vejamos o que diz o dicionário de Filosofia e Ciências Culturais que nos traduz a definição de poder como verbo, é ter a faculdade ou possibilidade, ativa ou passiva, de alguma coisa.(…) Possibilidade; poder, como verbo intransitivo, é ter influência , é ter força, autoridade , valor. “Quem é esse que tanto pode?” (pág.1004/1005). Segundo dicionário Aurélio poder vem do lat. Vulg. *potere calcado nas f. potes, potest e outros de posse. V.t.d 1-Ter a faculdade de(..). Nada contra o poder, pelo contrário, o poder é tudo de bom, quando se gosta do poder de ter poder, quando se sabe ter o poder sobre o seu controle, sobre o seu domínio, quando se tem uma boa relação de como se utilizar das ferramentas que o poder venha a oferecer.

O poder é fascinante. Encanta e, muitas vezes envaidece e é simplesmente sedutor, atrai até hoje os homens de uma forma geral. Quantos homens já mataram outros homens tudo por conta do poder. Sem dúvida temos as diversas formas de aplicação do poder, vejamos: Nas assembleias, temos como exemplo o poder dos políticos.

Nos templos religiosos, temos o poder dos sacerdotes. Nas salas de aula, temos o poder do professor e veja como é interessante o poder que o mestre exerce sobre ou seus alunos no que diz respeito a sua formação, se o professor tiver esta percepção, é claro. Temos o poder dos Magistrados, dos juízes, o poder do Ministério Público na sua importância como fiscal da Lei. O poder do patrão sobre o seu empregado. O poder do marido, do pai sobre a família onde o mesmo incorpora o papel do verdadeiro rei no seu pequeno castelo, no seu lar.

E falando em rei, isto nos remete lembrarmos a necessidade das pessoas de uma forma até inconsciente quererem ser rei, o rei da picanha, o rei da panelada, a rainha da buchada, o rei da tapioca. Ser rei é ter poder, é ser ou se achar poderoso. Todo mundo quer ser rei, o princípio da majestade se traduz na relação de poder. De quem detém o poder, de quem manda, de quem comanda, de quem dirige, de quem ordena onde a sua posição se incorpora, muitas vezes, pela história como referência de um caráter essencialmente divino, onde sua palavra assim era escrita como lei.

Sua hierarquia de poder também se colocava numa plenitude sacerdotal, era verdadeiramente caracterizado como um deus vivo, como exemplos temos histórias dos faraós. Verdadeiramente o rei estava relacionado com os deuses, podemos até afirmar que os mesmo se consideravam um deles, um deus vivo, que tinha que ser reverenciado e temido. O temor traduzia-se como elemento importante da implantação do poder, da tirania, do abuso de mando.

Temos, na história viva, uma sociedade oprimida, onde vivia o princípio da dualidade, da admiração e do medo pelo seu rei, principalmente se o mesmo fosse cruel, sanguinário. Os reis eram realmente verdadeiras potências de domínio e barbárie. Os reis tinham poder absoluto que era passado pela geração dos seus familiares.

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Todo mundo queria ser rei. Muitos morreram, muitos mataram em nome do rei. Quero referendar aqui, dentro desta rápida explanação simplória sobre o papel do rei na história e suas conquistas e domínio, fazer concatenação sobre a fabricação dos nossos reis da mídia, da indústria cultural da propaganda, da fabricação de homens que fizeram história e são parte desta história até hoje como:  O Rei do futebol, o Rei da Picanha, o Rei da Panelada, o Rei do Rock, o Rei da dança, o Rei do Cangaço, o Rei do Baião e outros. Nesta nova safra de Reis, quero aproveitar para falar exatamente do poder, da vaidade, da ganância, da inveja que paira daqueles que datem o poder.

Quantos pequenos reis temos por aí, na política, nem se fala.
Na nossa história temos referência de pessoas importantes que adquiriram o título de rei, pessoas consagradas pelo seu trabalho de destaque na sociedade em que a mídia o fez na telinha, laboratório de fabricação.

Na história do futebol no Brasil, temos o Rei Pelé que se tornou um dos jogadores mais famosos do mundo. Ele foi o único que, no seu tempo teve a honra de ter o seu próprio selo (O milésimo gol do Pelé), foram 1281 gols de história, com 59 títulos conquistados na carreira, foi o único jogador até hoje no futebol a conquistar três Copas do Mundo. Na música temos a figura de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, Xuxa, a Rainha dos Baixinhos, que contagiou gerações e gerações. A “Rainha dos Baixinhos”, foi sem dúvida um ícone da televisão brasileira sobre o seu trabalho com as crianças. Na música também temos a figura de Roberto Carlos, o Rei da Jovem Guarda da década de 60.O Rei do Rock Elvis Presley.

Nosso rei da comédia, Oscarito, um dos maiores baluartes da comédia de todos os tempos. O cantor Michel Jackson é, sem dúvida, ainda consagrado como Rei do POP, Rei da Dança, um dos maiores dançarinos dentro de suas coreografias, incomparável. Temos também a figura de Lampião, O Rei do Cangaço – Virgulino. Como podemos observar, esta safra de reis citada acima nos remete à reflexão do poder. Ter poder e saber se utilizar do mesmo é uma arte para poucos.

O poder envolve ética, envolve valores, equilíbrio emocional e estar bem resolvido consigo mesmo. Nem todo mundo está pronto a isso, preparado para saber lidar com situações do dia a dia que envolvem naturalmente o cargo em que ali está inserido o poder.

A vaidade e o abuso de poder na realidade se traduzem em uma satisfação de ego, o indivíduo não está pronto para se deparar com o poder. Ele confunde poder com autoritarismo, ser autoritário não tem nada a ver com a arte do mando, do saber mandar e naturalmente se utilizar desta ferramenta, que é o poder. Muitas vezes, o indivíduo se acha acima dos demais a sua volta. Muitas vezes até por uma insegurança. Na realidade, quem detém o poder propriamente dito tem a leveza do fazer valer o seu poder, sabe mandar sem ser autoritário, sabe dirigir sem ser arrogante, sabe ouvir e receber críticas, que são importantes para o seu crescimento pessoal.

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Se nós nos portarmos para a história, veremos pessoas que fizeram revolução em seu tempo do ontem e que ainda causam repercussão no presente como o partido nazista comandado por Hitler, que todos nós sabemos responsável pela dizimação do povo judeu, Gandhi, na Índia, Madre Teresa de Calcutá; a figura de um dos maiores mestres da religiosidade, Jesus Cristo. Enfim foram pessoas que souberam e se utilizaram de forma positiva e infelizmente negativa do seu poder.

É importante salientarmos que o poder não se limita a uma estrutura formal de cargo executivo em que se pauta o seu princípio hierárquico, o poder se dá através de pessoas comuns, através de um representante de uma associação comunitária a um presidente de uma empresa renomada de exportação.

O poder se dá dentro de casa, na figura do pai, da mãe, do irmão mais velho sobre o irmão caçula, enfim o poder se dá desde o ciclo familiar à situação natural do convívio em família. Na história bíblica, diversas citações de quem detinha o poder. São extremamente rica, como exemplo, o poder dos faraós, o poder dos profetas, a importância da história de Moisés e outros atores que, sem dúvida, tiveram, em suas mãos, o poder.

O que nos faz refletir é que tudo isto está relacionado a um posicionamento de controle social. Historicamente falando sempre tivemos esta necessidade de termos como guia alguém que possa nos direcionar, ser a nossa bússola. Daí estarmos dando a ele poderes e nem sempre tivemos a sorte de sermos bem representados.

O homem precisa ter uma boa relação com o poder e se faz necessário que ele esteja convencido de quem verdadeiramente ele é pois ele tende a se transformar. Como dizia o filósofo, quer conhecer o homem, dê poder a ele.

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Professor

Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho, graduado em Direito, pós-graduado em Gestão Escolar, graduado em Filosofia, radialista de AM e FM e escritor.

Autor de onze livros nas áreas de autoajuda, filosofia, sociologia, Direito e educação.

Vamos somar juntos

9 comentários em “O poder e o mito de ser Rei”

  1. O Tema “Poder” é bastante pertinente, nesse momento em que o uso dele leva a desvios de comportamento movidos pelo ódio de quem não sabe fazer uso do mesmo e nunca foi tão verdadeira a máxima: “Para conhecer um homem, dê-lhe PODER”.

  2. Júlio di Paula, boa tarde! parabéns pelo excelente artigo, gostei muito. (Abraham Lincoln), vem nos dizer que “Quase todos os homens são capazes de suporta adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem dê-lhe poder.” Quantas pessoas não morreram por consequências de informações que foram interpretadas de maneiras errôneas ou propositalmente, pessoas que poderiam ter ser lideres mas optaram por vaidades de sobre sair por cima de milhões de pessoas “O PODER.” Todavia, existiram aqueles que deixaram seu legado que até os dias atuai. Mim chamo: Motta, sou universitário em Serviço Social, adoro ler e aprender comendo “nutella®” um apaixonado por música e sempre buscando o equilíbrio da razão e emoção.

  3. Julio Cesar Pereira de Paula

    Obrigado amigos pela fala de vocês.Que vocês possam contribuir cada vez mais de forma critica e grandiosa.

  4. Ter o poder nas mãos não é algo fácil a se lidar, todos nós queremos algum tipo de poder, pois ele é capaz de transformar e decidir vontades. Como muitos dizem por aí, “o poder é para poucos” e concordo plenamente, por que ele é uma droga capaz de corromper o homem e de homens corrompidos é algo que não precisamos.

    Estudante técnico em administração, Grau Técnico.

  5. Antonio de Souza silva

    Como uma palavra tão pequena como essa pode segnificar tantas coisas e ter uma força tão grande ? O poder realmente embelza o homem desde tempos remotos . o poder nas mãos erradas pode causar danos irreversíveis como por exemplo o nazismo citato neste artigo,onde fica bem claro que nem todo mundo esta pronto pra recebelo .hoje no momentos que vivemos,o poder esta no “eu”,onde tudo sou eu ,tudo é meu ,eu tenho que usar o poder pra tira vantagens . para mim poder é compartilhar ,dividir buscar o melhor para o outro e não tudo pra mim e nada para o outro.

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